UM POEMA DE EDELSON NAGUES
CROMÁTICA
Fantoches dançam
em dedos ágeis
no hall do silêncio.
em dedos ágeis
no hall do silêncio.
As negras mãos
avivam sonhos
policromáticos.
avivam sonhos
policromáticos.
Cinzas são as
dores
então amortecidas
[por um só instante].
então amortecidas
[por um só instante].
Branca é a redoma
que o aço dos acordes
perfura, penetra.
que o aço dos acordes
perfura, penetra.
Verde é a espera
nas contas das costelas
em teclas transmutas.
nas contas das costelas
em teclas transmutas.
De onde vem o dom
que rompe a fronteira
das invisíveis cercas?
que rompe a fronteira
das invisíveis cercas?
De onde vem o som
que é tão seu – e não,
esse colorido som?
que é tão seu – e não,
esse colorido som?
Como agir, agora,
com esse jovem negro?
Fazer-se de sonso
neste surdo mundo...
com esse jovem negro?
Fazer-se de sonso
neste surdo mundo...
Se pelouro
houvesse,
seriam outras notas,
a soar, nas costas,
o vermelho açoite.
seriam outras notas,
a soar, nas costas,
o vermelho açoite.
Pelouros há, em
disfarces:
turvos caleidoscópios
em circular movimento
[como se todos num só].
turvos caleidoscópios
em circular movimento
[como se todos num só].
[Quanto mais se
movimenta,
mais se revela a ausência.]
mais se revela a ausência.]
Nesta quinta-feira
azul,
no Shopping Liberty Mall,
na capital do país,
um evento multicor
desafia o establishment.
no Shopping Liberty Mall,
na capital do país,
um evento multicor
desafia o establishment.
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