O JARDIM A orquídea perde a flor vai-se a flor vai-se a cor Dalias, rosas, jasmins com os pés carregados suspiram ao céu: “Hoje é ela, amanhã, serei eu” O lírio sorri, acostumado: “Foi assim no ano passado” E curva-se para a flor caída ao seu lado Lolô chega por ali pula, pula late, late pega a pétala no chão da amiga desfolhada Vai-se a flor vai-se a cor ficam o cheiro e o sabor e vai brincar de saudade até a próxima florada FRAGILIDADES cerâmica trincada elos partidos desatados átomos esquecidos não mais amálgamas não mais o prazer da descoberta do avesso a mão amassa o barro sonolenta NOSTALGIA Ata-me em teus braços Faça-me poema Dispa-me dos ais Arvora-me distal antagônica manhã nostálgica mulher