UM POEMA DE MÁRCIA TIGANI

BANGLADESH

Venho de muitas guerras
De guerras solitárias
Por territórios
Nas savanas
E em noites brancas
Da Sibéria.
Percorri o fogo
De Java
Em memórias exangues
E meu sangue
Impregnou a terra
E meu ventre
Foi ferido na Ásia
Olho para o futuro
Como se olhasse o nada
O nada me compõe
E se decompoe
Em luzes e sombras
O silvo do vento
Do alto da montanha
É o mesmo silvo
Das margens do Rio Amur
Sou abismos
Sou superfícies
Arranhadas
E No Cáucaso
Sobre areia
E sobre seixos
Deixo minhas digitais

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