UM POEMA DE LOURENÇA LOU

 









FÔLEGOS DERRAMADOS

andava lenta atenta

ao filho que viria

aos envelhecidos passos

amparados em seus braços

 

andava e sorria

atenta à finitude da tarde

à ausência de alma de pássaros

atenta às cicatrizes da vida

 

não entendeu os poros

a se fecharem na pele

redemoinho no ventre

ouvidos nos pios de pardais

cheiro de olhos escondidos

arrepios

 

desatenta ela caiu

 

tiro tangente de fuzil

desarmou peito filho planos

 

agora grita na indignação

dos indignados

pelos fôlegos derramados.

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