OITO POEMAS DE SIDNEI OLÍVIO
GALO-DA-CAMPINA A aridez do planalto seca a voz enternecida. No rasgo da boca palavras turvas ofuscam o tempo nesse mundo real. Inverossímil manto cobre o mapa do horizonte – derretido espetáculo sobre a face da verdade. Da janela que espreito a rua ecoa um grito derretido e das cinzas do fogo que tudo consome, nos salva : ouçam o bater das asas do pássaro em voo. RENTE À HORA O dia termina como inicia – repleto de intenções e escolhas: o equilíbrio das cores, prefácio que explica a obra, a eterna dúvida do fim. Meio-termo entre poesia e prosa, cinza do céu, garoa fina. Esperança do beijo, amor rente à hora, sina cercada de aço. Um rosto desconhecido: troante desejo deste abraço mudo. FACTUAL Nada pior do que a certeza Arrisco um olho ao risco do espaço desabitado a...