Um poema de Gerusa Leal
Aos censores fascistas
Falo de
mãos e de dedos
Falo de figos
E de seus segredos
Falo de lábios e línguas
Falo de peixes e serpentes
E maçãs
Falo de pele e de arrepio
Falo de velas, espadas e
Bastões
Falo de cheiros e de sabores
Falo de flores
Falo de romãs
Falo de cálices, de sinos
E de torres
Falo de calores e de convulsões
Falo e a noite se vai
E eu não durmo
Não-falo
Falo de figos
E de seus segredos
Falo de lábios e línguas
Falo de peixes e serpentes
E maçãs
Falo de pele e de arrepio
Falo de velas, espadas e
Bastões
Falo de cheiros e de sabores
Falo de flores
Falo de romãs
Falo de cálices, de sinos
E de torres
Falo de calores e de convulsões
Falo e a noite se vai
E eu não durmo
Não-falo
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