MENINA ESCORPIÃO (cadáver delicado)
I [na] duna verde-âmbar do olho Monte Fuji fato incontornável. A ventania um vento. A flauta nas mãos. Chuva de papel picado entre as unhas verdes – borboletas da menina escorpião. II Os dentes se fragmentam, formando um pedregulho de marfim amarelado; a couve, retirada pela boca, em tiras finas, não se esgota, brota mais e mais. Ao toque, a pele roseada de veludo gerou a aversão e o grito: era uma pele de peru. As baleias se debatem na areia, moribundas, os corvos já se aproximam; sonham com tripas. III Foi dia quinze de... não lembro... Procurando outra vida, a sua tomou outro rumo: os passos que ouço agora são ecos do que não fui. Asas orvalhadas se debatem. IV Não engole esse doce português, que dentro dele há estricnina. As espumas sairão de sua boca de beira de praia; você convulsionará: poeta. Assim que o vi tão pálido e des...