A POESIA CHINESA REIMAGINADA POR CAMILO PESSANHA
Claudio Alexandre de Barros Teixeira / Universidade de São Paulo Camilo Pessanha lecionou filosofia no liceu de Macau, então colônia portuguesa, onde escreveu ensaios sobre a história, civilização e artes do Império do Meio, colecionou objetos de arte – pinturas, esculturas, caligrafias, cerâmicas, peças de bronze, bordados, joalheria, indumentária –, organizou o primeiro manual que se conhece para aprender chinês: Kuok Man Fo Shu – Leituras chinesas , redigido em colaboração com José Vicente Jorge, e publicou traduções de oito elegias da época da dinastia Ming, valendo-se de seu conhecimento do idioma chinês – conhecia nada menos que 3.500 caracteres ideográficos. Em carta de 1912 endereçada a Carlos Amaro, o poeta português escreve: “Bem desejaria publicar um dia meia dúzia de pequenas traduções, mas a empresa, a ser a coisa como eu a tenho esboçado, é cheia de dificuldades [1] ”. Considerado as características da língua chines...