UM POEMA DE SÁVIO DE ARAÚJO


















XIX
A morte ressuscita
nos corpos da civilização.
Dos náufragos afogados
em silêncio absoluto
resta o sal encoberto
por cantos lamentosos.
Padecemos há eras e
o tempo assim é contado.
O relógio começa no sol
que sombreia lápides,
continua nas estacas
fincadas em círculos
e termina no limbo
do esquecimento.
Línguas mortas,
proscritos e abjurados,
virgens vestais
enterradas pelo sexo.
Todos dissipados
em números cíclicos.
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Escultura: Rafael Monti
Virgem vestal com véu (1847).

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