UM POEMA DE EWALDO SCHLEDER



DESEJOS

Não sou poeta pacato
que usam poemas aritméticos
sebosos, como alçapões
para seduzir mulher desejada.
Ao contrário,
sou poeta abjeto,
ratazana de esgoto.
Fuja de mim, garota.
Eu venho das agruras
da terra arrasada.
Ainda sangram meus pulsos
da corda que os amarrava.
O que trago são nacos de nada.
Não posso evitar dizer
que sou poeta maldito
tire de vez da sua cabeça
que sou um bom moço.
Não consigo ser
comportado a ponto
de levar pão e leite
para casa,
tomar banho, pôr chinelos
pijamas e se acostar
para ver televisão.

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