UM POEMA DE FLAVIANO M. VIEIRA
condenada a palavra esmurra a página
ergue-se sem joelhos, combativa
encerra a tal infame desvairada
mormente o mesmo véu dela escondida
página com usuras devassada
no inverso do mistério, abatida
efeito vil na incrédula boxeada
riscados de loucura esclarecida
traduz a monolítica do nada
frente à face indignada, estarrecida
afobada das partes transtornada
sem vestes, irritada, transgredida
passiva lauda em vão mal tatuada
embebe um vulcão mal reprimida
celulose com tona atropelada,
de ritmo prematuro consumida
nuvem de tez escura e mui prostrada
brancura em negror bem decaída
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