UM POEMA DE JADE BARBALHO


SOBRE O DIA EM QUE A LUA EMUDECEU

Esta noite a Lua é prata
E a glória chove, crua.
Enquanto a chuva anula o canto,
emudece o riso,
o riso gigante como o céu
- o silêncio é infinito, mais infinito que o canto de quem engole o céu.
Sua palavra é sempre grito
(ora bicho, ora nuvem)
Anoitece, voa o grito: mulher!
Pois ainda bicho ou nuvem ou mãe
Canta e grita, vira prata e azul,
e sangra em letras, ovula em luta.
Mais poeta que felina-anoitecer
Olha, arredia, a presa
o poema,
a noite
prata e fresca.
A noite grita: sou prata e fria!
Mãe, me ensina a virar bicho.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

POESIA

OITO POEMAS DE SIDNEI OLÍVIO

NOVE POEMAS DE JORGE AMÂNCIO