UM POEMA EM PROSA DE CARVALHO JR.

ALICE QUIROL

Para Nelson de Oliveira


Nasceu no lugarejo Água Boa, no estado de Maranhárvore, em 12 de outubro de 1983. Viveu apenas o período de dois anos, engatinhando pelas planícies de ternura das gameleiras desaparecidas. Parecia a Bibi, filhinha do poeta Gonçalves Dias. Aprendeu, nesse tempo, a proncunciar a palavra amor. Não teve muitas horas para exercitar tal morfema-imaginário, mas o manifestava em cada gesto de sua breve experiência neste lado da bolha da vida. Alice não aprendeu a andar de bicicleta. Como sua mãe, nunca conseguiu esse equilíbrio. Também não aprendeu a sambar, igualmente a mamã que nunca avançou no bailado brasilíneo para além das pernaças. O anjo de Alice joga dados, ouvindo Chopin, em uma região desconhecida acima das nuvens. Quando Alice foi embora, definitivamente, mesmo guardada a sua poesia entre os que ficaram, era uma sexta-feira de outubro de 1985. O Sol atirou seus lençóis sobre o semblante da Terra, o mundo escureceu e se clarificou em alguns minutos, rebentando, logo em seguida, em festa estrondosa, no choro de Alisson Quirol, uma nova semente de Alice no mundo.

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