UM SONETO DE CARVALHO JR.

O MEU CAVALO CEGO

Para José Inácio Vieira de Melo

O meu cavalo cego corre louco,
Opera o passo em rumos inventados.
Galopa célere nas mãos de Borges,
Será ele Homero reencarnado?

O meu cavalo louco corre cego,
É um rei de vidro qual Charles VI.
Descabeçou a orelha como Van Gogh,
Só come capim em ano bissexto.

O meu cavalo de palha-quixote,
Negro como o peixe tamboatá,
Canta com a voz densa de um capote,

Aderaldo, nesta hora, onde andará?
O meu cavalo cego, louco e morto
Renasce luz no corpo do poema.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

POESIA

OITO POEMAS DE SIDNEI OLÍVIO

NOVE POEMAS DE JORGE AMÂNCIO