DOIS POEMAS DE DIRCE CARNEIRO





















ADEUS DO ARTÍFICE

A sozinhez já se faz estranha
excesso
a solidão sempre esteve ao lado 
gosto
reinvenções não confortam mais
basta
visão de máscaras é macabra
susto
vidas se esvaindo não são números
contam
felicidade ri da razão
alheamento
há um vácuo nas horas que passam
inúteis
examino o sentido da vida
esquálido
o hálito da morte perfuma
Impõe
segrega toda expressão do artista
desiste
o sol se apaga, desliga
espanto
último ato olhar às crianças
carta


MIGUEL

Deixado só
buscou a mãe
encontrou a morte
mas o cão saiu a passeio
e a unha da prima dama
feita – maquiada
sem as cutículas justas.
As carnes podres das mãos
não fazem boa figura social
mais urgente é extirpá-las.




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