DOIS POEMAS DE DIRCE CARNEIRO




MAREIRO

Na praia, não havia escudo.
A força do vento vencia
o mar cada vez mais perto.
Ondas gigantes em túnel,
a areia no ar desenhava
paisagem imprecisa.
Os grãos minúsculos
fustigavam a pele, ferindo-a.
Longe estava a varanda, o abrigo.
Cada vez mais distantes
a casinha amarela,
a visão da seringueira.
Vultos de braços acenando,
de repente a mão estendida.
Agarrei-me neste barco, a vida.
Raio de sol teima em penetrar
as nuvens fechadas:
depois, só os sinais da ressaca.


AFORISMO CAPITAL

Ao homem
Matar um leão por dia
À mulher: ressuscitá-lo

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