UM POEMA DE CARVALHO JR.


















LÂMINA E LIAME

A casca deste chão
é o umbigo da minha voz.

Do trançado das folhas de palmeira
a substância da rosa de Celso Antônio:

os meus 24 centímetros de porrete
de homem negro brasileiro.

A alma cacunda das ladeiras,
o uivo da lâmina do machado,

os impulsos da mão de pilão,
a quebradeira e seus aleijos,

o sopro-enigma da juriti-pupu,
o cascudo debaixo da pedra
.
.* * *
.
Daí o caroço da funda lágrima,
o gongo da infância em fogo-sezão.

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