UM POEMA DE EWALDO SCHLEDER
ARQUI-MANHAS
No fundo, lá no fundo
eu sei e você sabe
o quanto valemos nós,
um para o outro.
E para o mundo.
Nosso mérito
é a coragem de enfrentar
a vida e suas
artimanhas,
arqui-manhas.
Lá vamos nós
a bordo da carroça
cotidiana,
noite além.
Não tememos breaks
súbitos.
Nada tememos,
até demais para
falar a verdade.
O sol arde, reflete
e nos põe
a pino no meio da tarde.
Friorenta e dengosa,
a lua se oculta
na neblina da noite.
As memórias se repartem
no escuro
um tanto aquém,
outra parte além.
São desvarios
de um lobo faminto,
solitário.
Te conduzo pelas mãos
e nos perdemos,
ambos a esperar a luz
sinalizar a manhã
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