UM POEMA DE FÁBIO MARTINELLI CASEMIRO
HINO AOS MORTOS
para Rodrigo Cerqueira
e Ricardo Carpin
Meus amigos todos estão morrendo
E eu aqui me atenho cerrando os dentes
Não vejo mais nenhum futuro à frente
E então me sento à janela dos temores
São tantos fantasmas e seus odores
Na fronte fria do meu pensamento
Repouso as alvas flores no cimento
que cosi prá cova dos meus dissabores
Cansei de ir ao céu divino, amores,
união dos sonhos todos, da utopia,
apodreceu o manto em céu de horrores
não nos liberta agora, que já tardia
O lábaro que ostentas estrelado
O roto verde e louro desta cama
faz do futuro o rosto de um passado
arquipélago de lodo, sangue e lama.
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