DOIS POEMAS DE FLAVIANO M. VIEIRA
CICLOS
escrever oroboro fecundo de cauda
rever o rever escapar do espelho
regresso na dobra do olho que volta
visão do desdino
do ido centelho
a ida do doido do tipo eco em grito
nirvana que influi e conflui circulado
de ré codifico comigo consigo
de ré codifico
comigo elevado
retorno da aurora no fim começou
a cauda e a boca em lastro cerrado
em dobra do broto dobrado voltou
retorno em frente
inspiro expirado
se entra no rumo a cauda cercada
da voltas no prumo do vir que está indo
da parte do todo imperfeito mesclada
dregaus devorados
dizer insistindo
do ido centelho
visão do destino
regresso na dobra do olho que volta
rever o rever escapar do espelho
escrever oroboro fecundo de cauda
IMPELE
eu vejo cura na clausura
que a segue
amarga flor
quando a culpa a persegue
em desamor
solitária toda entregue
eu vejo luta quando a cura
não consegue
amarga flor
sem um fim que a sossegue
fugaz torpor
que de tudo a acomete
eu vejo fuga de tortura
que se inscreve
amarga flor
que se instaura e subverte
rodar do ardor
que o espinho traz na pele
eu vejo tumba na fissura
triste e leve
amarga flor
que a vida nos impele
amarga flor
que o verso entristece
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