UM POEMA DE JORGE AMÂNCIO
NO MEIO DO CAMINHO
Há um Drummond no meio do caminho,
quaisquer que forem os olhares,
no meio do caminho há um Drummond.
Um homem branco com óculos de poeta
chamado Carlos, tinha de ser carioca
nascido em Itabira nas terras de Gerais.
Magro funcionário inventor de José
que também era magro e agora, José
é amigo de todos guardado a sete chaves.
Há um Drummond no meio do caminho,
na nota de cinquenta cruzados novos.
No meio do caminho há um Drummond,
na voz do negro mineiro chamado Milton
nascido carioca, no bairro Tijuca do Rio.
Há um Drummond no meio do caminho,
num banco do calçadão de Copacabana.
Por que tiram os óculos de Drummond?
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