UM POEMA DE MAURÍCIO SIMIONATO




AR REVOLTO


Os eucaliptos

aplaudiam a noite

porque esta lhe

trazia o céu estrelado, às vezes.

E era por isso que desafiavam a gravidade.

Resvalavam folhas entre si

para fazer ventar

a madrugada para debaixo de suas raízes

e na manhã seguinte,

talvez eterna,

Faziam nascer novamente o ar revolto,

aos pés

Daquilo que os movia.

e o faziam sem ao menos

saber o que é o amor

assim, jamais se esqueceriam de ser

o que sempre foram.

Sabiam que o que lhes restava

era ser

e o faziam para desgravitacionar

a existência.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

POESIA

TRÊS POEMAS DE JORGE AMÂNCIO

NOVE POEMAS DE JORGE AMÂNCIO