DOIS POEMAS DE JÓIS ALBERTO
RECOMEÇO
Da estética,
a chave,
não o chavão.
Da poética,
as margens,
não a pabulagem.
Da caixinha,
o clímax,
não o clichê.
Do barulho,
o baralho,
não o trocadilho.
Deste chão,
os meus pés,
as nuvens não.
Da moral,
a existencialista,
não a capitalista.
Da ética,
Aristóteles,
não Mefistófeles.
Da retórica,
a dialética,
não a hermética.
Deste Yin e Yang,
o streaming,
não a Samsung.
De Baudelaire,
o flaneur,
não o miserê!
Da Alemanha,
o poeta Heine,
não o tirano Hitler.
Da Rússia,
Maiacovski,
Não Jdanov...
Do Brasil,
o povo brasileiro
e fora Bolsonaro!
Dos Estados Unidos,
o jazz e o trompete,
não Trump e chiclete!
Do coro,
o descontente,
não o da gente!
Da música,
o diapasão,
não a dispersão.
Do poema,
o recomeço,
não o fim.
FRONT
anfiguri
figuri-
no
maqui
manequim
paradigma
fundibulário
fuligem
fagulha
bestiário
leviatã
bilontra
bazófia
bravatas
bordões
tiranossauros rex
virgulinos
uma vírgula
desarrazoado babaréu
de um tabaréu
mixórdia data venia
réu
logomaquia
balestilha
bastilha
escombros
erupções
ebulições
revoluções
& evolução das espécies:
provinciano lapuz.
(Poema publicado no livro Poetas azuis paixões vermelhas amores amarelos, de Jóis Alberto. Natal: Sebo Vermelho, 2003).
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