DOIS POEMAS DE LOURENÇA LOU
OSSOS
sem tato cor e olfato
esqueletos rendem-se
ao escárnio.
aos humores da lua
lençóis d’água
se incendeiam
entorpecendo as esquinas
do sexo
no fundo tudo são ossos
a vender-se
em abundantes “q r codes”
sob a ironia de um céu de indiferenças.
a cidade dorme devendo
muito mais que uma chuva fina
sobre o fogo nas “gazas” do capitalismo.
DESORDENS DO TEMPO
dias e seus destinos
conjugação
de segredos e avessos
voo e seus vazios
invasão
de silêncios e insetos
história e suas memórias
insubmissão
das cenas e semeaduras
tempo e suas desordens
floração
de espantos na poesia.
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