UM POEMA DE IOLANDA COSTA
e a terra tremeu
era aganju pela fresta da crosta. aquele que habita as câmaras de magmas, aganju, roncou pelas frinchas. aquele que vive no fundo da terra, recolhido, aganju, roncou pelas fendas. aquele que habita o fogo nas entranhas da terra, aganju, roncou pelas falhas. boca e garganta são aganju. não silencia. costa e ombro são aganju. não descansa. seus olhos do escuro que a tudo enxerga. seus ouvidos do silêncio que a tudo escuta. do recôncavo, do paraguaçu, do jiquiriçá, do baixo sul, da baía de todos os santos, os homens e seus abalos sísmicos. os homens e suas cismas. os homens, quizila de aganju. come amalá. come bode castrado. orixá de terra firme. orixá de terra inculta. defende os menos favorecidos. parte o coração do inimigo no oxê
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