UM POEMA DE JOSÉ COUTO









O AMOR É AZUL, SEGUNDO A TARDE

para Lázara Papandrea


aqueles seus versos

escritos sobre as águas

pela menina

nas nascentes dos rios

desaguaram

suas imagens

e infinitas transparências

na imprecisa manhã

que se insinuou


com as mãos em concha

bebi de tua paz reverberada

nas entrelinhas dos poemas


lavei o rosto dos excessos

e um silêncio ensurdecedor

e desmesurado

derramou em meu peito

uma vertente fugaz


capaz de recolher do vento

e do amor segundo a tarde


algo assim como pássaros azuis

habitantes desse livro

para presentear desconcertante

leitores desavisados

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