UM POEMA DE EWALDO SCHLEDER
CIRCUM-NAVEGAÇÃO
Olho a noite distante
e sigo andando rumo à casa.
Onde estará
aquela manta roxa no céu?
Era geografia natural,
à minha frente,
cadê tinta e luz?
São imagens organizadas
a um custo mais baixo
do que o bom gosto estético.
Quadros se sucedem
e compõem um belo conjunto.
A silhueta dos morros,
O perfil romântico
da canoa e remo.
A sombra se faz verde e gris
a receber raios violáceos
do sol a se pôr.
Portal iluminado para a chegada da noite
de lua cheia.
Casa grande
em escala nobre
enche a paisagem nublada
no recorte das montanhas.
Sobressai ao fundo a relva molhada
entre musgos desfocados.
É fotográfico tudo ao redor,
panorâmica de 270 graus,
a conduzir em alas do vento sul
a experiência visual-sensorial
desta circum-navegação doméstica:
uma lagoa dentro da ilha.
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