UM POEMA DE EDIR PINA DE BARROS

 







GENTE BICHO

 

Recuperado

o pergaminho dos tempos,

restauradas

outras camadas

muito mais antigas

por detrás dos mitos,

a origem das origens.

 

Tempo em que bicho era gente

e gente era bicho

e se refletiam nos espelhos

das águas do perspectivismo.

 

Somente os xamãs

que sabem voar

nas asas dos ventos,

falar a língua das onças

e dos mortos

podem traduzir

seus sentidos.

 

E recolocar

através dos ritos,

a pretérita humanidade

dos bichos,

a animalidade dos homens

gente-bicho-gente-bicho

na circularidade dos tempos

na reflexão sobre a vida.

 

Outro olhar

sobre o outro

sem as lâminas

da barbárie

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

POESIA

TRÊS POEMAS DE JORGE AMÂNCIO

NOVE POEMAS DE JORGE AMÂNCIO