DOIS POEMAS DE EWALDO SCHLEDER
ALÉM DAS FOLHAS DO OUTONO
O homem procura sua sombra
enquanto as luzes acendem,
sentidos que a sombra sabe de cor.
As luzes dos outros assombram
vaidades escuras na dança,
solitários se estranham
assombrados nas sombras.
Sofre o esquecido de si
à sombra da assombração
- e do que adianta isso agora,
se a luz da casa já se apagou?
O que será do noturno sopro festivo
além das folhas do outono?
NOS BRAÇOS DO DIA
Pelo vidro da janela
Raiando a manhã
avisa o sol
que o sonho da noite
mudou de plano,
como a lua na tarde
ou as cores do anoitecer.
O deus dos sonhos
sai de baixo dos lençóis
para trás das nuvens.
Lá se vai Morfeu,
ele próprio a cair agora
nos braços do dia.
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