DOIS POEMAS DE EWALDO SCHLEDER


 







CAMINHANDO SÓ


O poeta

monta à garupa

do tempo

e o cavalga 

ao vento.

O poema acolhe

quem o lê.

O espaço do poema

é a página.

A luz,

o seu sinal.

Seu limite

é o mundo.

O poeta

nasce 

e sobrevive só.

Caminhando só. 


SOMBRA DA TARDE


o rastro aparente

do remoto passado

desfaz o caminho

quando volta

e traz nas mãos

um outro destino


no apagar das luzes

faíscas de fogo

pedra na pedra

alumbram o limbo

do tempo concreto

abissal e breve


no fuso das horas

os corações se cansam

a vida anoitece

eternidade a um passo

mutante geometria

na sombra da tarde


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