UM POEMA DE PAOLA SCHROEDER
SAFIRA
Nunca
real e sempre verdadeiro
Antonin Artaud
I
Tão pele, tão pouco.
Rasgar-se em ventre o
choro.
Ruir em muda palavra.
Dessas delicadezas da
dor.
a beleza em um altar
sacro.
Olhares brilhantes,
baile de gala.
Elegância espremida
entre corpos.
O dia adormeceu,
floresço.
Escondo entre pétalas
meu desejo.
II
Deito meu dedo sobre a
safira
Seu olhar germina em
minhas mãos.
Azul desconhecido pelos
gregos como fala
e desbravado por nossos
navios e pontes.
Eles que se fazem
horizonte,
escorrem pela minha
fronte desacreditada.
Atiro-me dessas
paisagens.
Irrompo o pulmão de
água.
O azul em que me afogo
explode de teus olhos.
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