UM POEMA DE SIDNEI OLÍVIO
JARDIM DE VESTÍGIOS
“pouco ficou deste
pó
de que teu branco
sapato
se cobriu”
C.D.A.
De tudo que restou
memórias táteis de
um litígio.
Peças de construção
íntima
que não mais se
completam
dentro da caixa de
sapatos:
o rascunho de um
poema exausto.
A passagem do trem
que nunca saiu da
estação.
Um pequeno cristal
de ametista
despregado do anel.
Uma fita de cabelos
sem laço.
A vigésima segunda
carta de Tarot.
O ranço da rosa
seca
neste jardim de
vestígios.
De tudo que restou
ainda o amor
coberto de pó –
algo estranho e
denso
que ela quase se
lembra.
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