UM POEMA EM PROSA DE PAOLA SCHROEDER
Uma dança de ossos
desfalecidos. O que é o amor senão uma fome? Por isso cresce na ausência. Como
toda e qualquer fome. Mas e se a ausência é devorada pelo tempo? A memória cede
à dor, à Valsa Triste. Quem por fim desaba, sabe que a dor não irrompe no corpo.
É tão mais além do que qualquer sofrimento. Uma forma de descobrir a alma. As
mãos trêmulas, olhar findo no que é finito. Caminhar solo onde o ar é
rarefeito. Sentimento desvirtuado. Os olhos daquela víbora atentam à
imaginação. O que se perde debaixo dos dedos arranha a liberdade e pulsa pelo
corpo. Não nos há espaço, talvez nunca houve. Compadeço da dor, me desfaço e me
despeço. Amar é para poucos.
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