DOIS POEMAS DE PAOLA SCHROEDER

 PLUMA







Era fala,

um mar em vulva.

 

Carne macia.

Saliva.

 

Língua em lábios.

Dedos em movimento.

 

Letras sobem à boca

e silenciam.

 

A voz umedecida

pelo gemido.


* * *


Pluma febril colada no ventre.

Noite a se fazer curva no deserto nevado.

Seiva viscosa que nenhuma terra habita.


Lateja feito pedra de mina.

Transmuta areia em pérola.

Pede à língua os lábios.


A vulva entre mar se abre.

Letras sobem à boca e silenciam.

Voz umedecida pelo gemido.

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