UM POEMA DE PAOLA SCHROEDER


 




CAPIM-LIMÃO

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Centelhas brancas desenvolvem esculturas e torres.

Vinhos transpassam seu sorriso e deitam sobre seus dedos.

Carré perfumado de ervas e seu capim-limão.

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O triunfo de um arco é o que os meus olhos veem

Pergunto se concreto talvez não fosse eu o morto.

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As madeixas torneadas, 

o olhar lançado.

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A palavra não quista.

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Um cheiro muito mais baixo norteia meu presente.

Podridão enlaça minha cintura e me suprime o ar.

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Falo das relvas, das carnes, dos vermes.

De tudo isso que pelo inverno foi abafado.


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