UM POEMA DE JORGE AMÂNCIO

 












A FLORESTA FAZ BARULHO COMO SE FOSSE CHUVA

 

em torno da terra

morde a própria cauda

circungira

movimenta os astros

rasteja

as sinuosidades dos vales

vive

debaixo do mundo

sobe

quando tem sede

caminha

como se fosse chuva

 

senhor do xale colorido

água imersa em água

aspecto duplo

força em movimento

macho e fêmea

vermelho ao azul

busca os corais

preserva o mundo

por si só nada faz

sem ele

nada se pode fazer

ao boboi! ao boboi!

 

 

Oxumaré  

vasto como o orum

 mais do que um par

é uno

desenha o arco-íris

estanca a chuva

observa as coisas

com seu olho negro

oroboro de 7 cores 

traz o pote de ouro

 

A mata de anil

não tem espinhos

 

cabeça nas nuvens

a cauda no chão

translúcido arco-íris

pega os trovões

e a água da chuva

 

ao boboi! ao boboi!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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