UM POEMA DE JORGE AMÂNCIO

 










HERMENGARDA 

 

à noite

morcegos cagam

na varanda da sala

as pessoas

futicam a fenda

duendes e ninfas

sangram a terra

as bananas

apodrecem na fruteira

galos-enfeitados

na geladeira

 

ela

borrifada de sangue

desofusca-se

através do espelho

 - um grito pariu -

ametódicas

cabeças-secas

descem das árvores

explodem

na cara de hermengarda

 

nas mãos

concreto-morto-rebento

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

POESIA

TRÊS POEMAS DE JORGE AMÂNCIO

NOVE POEMAS DE JORGE AMÂNCIO