UM POEMA DE NEURIVAN SOUSA
PROTESTO 1
o sangue dos indefesos
aceso pelos fuzis invisíveis
só para pichar de revolta
o asfalto da desesperança
e me pergunto:
de que adianta missas
se o supremo juiz insiste
em deixar o diabo solto?
o grito dos excluídos
tal lágrima de criança
agride o bafo dos dias
empoeira de culpa inconfessa
as nossas causas mais íntimas
ainda assim não há escândalo
onde a consciência não enflora
os sonhos dos inocentes
cimento morto na calçada
mais uma placa de rua
ou avenida superfaturada
até um novo decreto
trocar o nome da vítima
e me questiono:
quem afinal tomba
nesta guerra suburbana
sub-humana subscrita
os que perdem o sangue
ou aqueles que aceitam
a mordaça as algemas?
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