UM SONETO DE VIRIATO GASPAR

 

SONETO DE SETE DE MARÇO

  (dedicado a Luís Augusto Cassas)

 

À beira deste poço, cuja água

é feita do neon de Teu chamado,

bebo o silêncio em mim, e envergonhado,

derramo a sequidão das minhas mágoas.

 

Os que talvez eu fui, e que ficaram

nas pedras dos desertos que arrostei,

hoje são sombras sujas no calvário

que a vida acende em sobras no que andei.

 

Sou feito dessas águas que murmuras.

Desses sinais que em mim dizem das duras,

dos lanhos e vergões, de fel e traumas.

 

Mas bebo desse mar, que enche Teu poço.

O velho que hoje sou abraça o moço,

e lava a escuridão que ardeu na alma.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

POESIA

OITO POEMAS DE SIDNEI OLÍVIO

NOVE POEMAS DE JORGE AMÂNCIO