UM SONETO DE VIRIATO GASPAR
SONETO DE SETE DE MARÇO
À beira deste poço, cuja água
é feita do neon de Teu chamado,
bebo o silêncio em mim, e envergonhado,
derramo a sequidão das minhas mágoas.
Os que talvez eu fui, e que ficaram
nas pedras dos desertos que arrostei,
hoje são sombras sujas no calvário
que a vida acende em sobras no que andei.
Sou feito dessas águas que murmuras.
Desses sinais que em mim dizem das duras,
dos lanhos e vergões, de fel e traumas.
Mas bebo desse mar, que enche Teu poço.
O velho que hoje sou abraça o moço,
e lava a escuridão que ardeu na alma.
Comentários
Postar um comentário