DOIS POEMAS DE CELSO VEGRO

 











SINISTRA DE OCUPAÇÕES

 

Comedores de caranguejos,

tatuam

com memória da lama.

 

Encantadores de víboras,

toleram

oculto senso de horror.

 

Adestradores de elefantes,

rivalizam

pela potência das trombas.

 

Ensaiadores de golfinhos,

induzem

derruídas precipitações.

 

Mineradores de toupeiras,

ossificam

ressonâncias passadas.

 

MINUDÊNCIAS

 

Poesia é sangria

rasgo no tecido,

punhado do que somos:

fatalidades e arremedos,

espectrais..

Plêiades de gestos

petrificados.

 

Ambiguidades corpóreas

como cores

que enfeitam serpentes,

e desatam

em giros cambiantes.

 

Castanhal em chamas

calcinou chão,

cavoucando covas

de cotias e caitetus.

 

Farto de desejos

- vastas ruínas,

moldam restos

sem reparo.

Caimento sem vestígio.

 

Desemoldurada ilusão,

movediça,

rebentou monocromática

anômala,

estampando farrapos

ensandecidos.

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