DOIS POEMAS DE DIRCE CARNEIRO

 








OPERETA

 

Maneirismo,

batuque na mesa.

mesóclise à la Jânio,

olha para trás.

Avisa:

é duro,

dedo em riste

vai e vem,

ligeiro,

golpe certeiro.

Aviso aos bandidos:

conheço-os bem,

vadios,

cercam-me,

sirvam–me

fiéis.

Sei o cheiro da traição,

de longe.

Pois eu sou. 

Somos.

Pares da mesma dança

Acorrentados.

Peito a peito,

cuspe de um

é o de outro.

lambe o chão

que seu rei pisa.

Deposita no painel

o voto da vergonha.

 

DEPOIS DA PRAIA

 

Da leveza da pipa

 só conservei o voo

do sol, a pele escura...desbotada...

do mar, a fatura salgada...

mato a sede sorvendo uma  preta...

cerveja...gostosa...gelada...

 

 

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