UM POEMA DE MARLI FRÓES
SINCRÉTICA DOR OU AMOR EM ATOS
I
Em Diamantina,
a mulher
adornada de terço acende a vela
rasga a
multidão para tocar
na nossa
senhora das candeias,
II
No passado
parturientes
em quarentena de purificação
na lei
mosaica, imolavam, diante do sumo-sacerdote,
cordeiro,
pombas ou rolas
III
No livro sagrado
Conta-se
que, em presença de Simeão
apresentaram-se
Maria e José
Da
purificação da virgem
nasce a
festa da candelária
IV
Além mar
padroeira
das Ilhas Canárias
de Portugal atravessa o oceano
em terras
ameríndias arrasta a procissão de velas
nossa
senhora da luz, das candeias, candelária, invocada pelos cegos
passeia pelo
Sermão de Vieira
V
No Rio de Janeiro
os
adolescentes dormiram para sempre
em frente à
Igreja da Candelária
Qual luz,
Nossa Senhora !
VI –
Do mar
vem Yemanjá
e dá as mãos à Nossa Senhora da Candelária
A virgem beija um a um em
pétalas de um amor
inalcançado pelos homens.
VII –
De Aruanda
Oxum canta, em Iorubá, um
lamento nunca ouvido
Coloca seus adornos na fronte
dos meninos anderson, valdevino, gambazinho, leandro, paulo josé e marcos.
Oxum chora uma cachoeira
e os meninos veem
brincam nas águas
esquecidos da vida e da
morte.
Magnífico
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