UM POEMA DE LOURENÇA LOU
O GRITO
calçadas
de ossos
rasgam
debilidade dos pés
morcegos
perfuram olhos
com
suas asas de amianto
na
cama amontoam-se
títulos
cores tamanhos
sapatos
sobre livros
mutilam
as misérias em prosa
e
versos de poetas malditos
homens
gritam indignação
apontam
manchetes
de
abusos vícios violências
filhos
mães mulheres
seguem
silêncios em procissão
desmentem
em close up
roxos
a trincar rostos
rua
se afunila em entulhos
encimados
pelo grito de munch
clarão
explode nos ouvidos
sol
atravessa manhã
acorda
acidez da realidade.
Bom te ver na "luta mais vã" drummondiana, novamente!
ResponderExcluir