DOIS POEMAS DE JORGE AMÂNCIO

 












UM NANOSSONHO COM DAHN

 

na matéria escura

dahn serpenteia

no inexistente

dahn- serpente

não se vê

serpente-dahn

 

morde a cauda

captura o nada

adensa o antes

petrifica a ausência

matiza o invisível

e gira, gira, gira...

 

de tempo em tempo

vestido de arco-íris

se faz oroboro

eletro-gravitacional

envolve o óvalo

e gira, gira, gira...

 

BREVE ENCONTRO

Ele

entra

passa a roleta

senta no corredor

 

Ela

na janela

segura a bolsa

com um tesouro

ou

sete corações

transplantados

 

Ele

sorri para ela

 

Ela

deságua em suor

treme os lábios

quer falar

aperta a bolsa

sufocar-se

 

Ele

a toca

com cuidado

 

Ela

num suspiro

assustador

desfalece

 

morre de negrofobia

 

 

 

 

 

 

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