UM POEMA DE EDIR PINA DE BARROS

 












PÁSSARO FERIDO

(ACRÓSTICO)

 

V iver assim, no inverno da esperança,

I ndiferente à vida, que declina,

D esencantada, alheia à própria sina,

A pós amar sem pejo, igual criança.

 

F erida, feito um pássaro que dança,

R evoa na fumaça e se alucina,

I ntimamente só – triste menina -

A pós dias de luz, de paz, bonança.

 

S em asas para o voo em liberdade,

E nsaia a queda livre na saudade,

M ais triste do que o fim, que adiante a espera.

 

S em mais sonhar com céus opalescentes,

O u cores irisadas dos poentes,

L ogo se entrega à morte, essa pantera.

(VIDA FRIA SEM SOL)

 

Tela: A Madalena Arrependida, óleo sobre tela de Caravaggio, 1597

 

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