UM POEMA DE EWALDO SCHLEDER
JANELA IMAGINÁRIA
A vida é a única massa
de que dispomos ao todo,
ela e seus componentes:
material de fogo e vela,
pedra, água, ar.
Dor não importa,
nem as flores,
nem por que
os homens (se) matam.
Viciados a exalar ópio.
Eros em piracema.
Abismos nos altiplanos,
prosaicos naufrágios,
grande aventura
de fome e sede.
Serpente sufocada.
Desbordar calor e sombra,
tomadas ao vento e ao sol.
Lamber sais de outra pele.
Olhar pela janela imaginária:
umbral das cavernas íntimas,
cena colorida por raios
escritos à luz.
Azul nos trópicos,
gris nos becos,
cenário rubro,
súlfur: a esperança.
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