UM POEMA DE NILTON CERQUEIRA
DANTE ENTRE ESTRELAS
Vai Dante,
leva ao espaço distante
Na via
láctea, os versos teus!
A bordo da
nave, o registro da tua obra
Cumprirá uma
sina sutil:
Ser um
bordado entre estrelas
No ar
rarefeito
Fio feito de
artifício raro
Este que tu,
Dante (e antes de ti Arnault), teceste!
Tomando à
mão precisa
Essa esquiva
língua mãe
Vai Dante, e
diz à amada donna
Que agora
pairas
Transmutado
em liga de ouro e titânio
Há anos luz
de tudo que viveste
Tu, tão
versado que eras nas sete artes liberais
Jamais imaginara
tais confins
Lá, no
constelar caminho sem meio
Num vácuo de
selva escura
Será legado
além um outro Alighiere!
A divina
comédia passeando nos astros…
O rastro
vivo de Beatriz
Tal qual um
quasar, quase não brilha
A donna
encarnada em matéria ínfima
Sem círculos
ou inferno, ou seu inverso
Vai Dante, e
em viagem forjas
A causa de
um desejo siderado
A mulher enfim despida em seus infinitos
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