DOIS POEMAS DE CELSO VEGRO
RASTROS DE GOMA
Inverno inescrupuloso
trouxe notas estéreis
de baixa extração.
Lá, há baionetas
eletrizantes,
agudas,
urrando desacordes,
em decúbito mortal.
Aqui, em silêncio,
caracóis deslizam.
Banalidades?
Bagatelas?
Todavia,
não se importam
com as horas
e suas amarguras.
GENEALOGIA
Venha
para águas seguras,
criança,
pois na selva
éramos imaturos
quando deveríamos
sobreviver.
Nas molduras vazias
morreram
em quarto apertado,
todas as palavras
e as moscas arrependidas.
Com marca de Caim
na testa,
(máscara perigosa)
foram lambidas
as feridas
e todas as heresias
em forma de laranja.
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