QUATRO POEMAS DE CELSO VEGRO
MATIZES
a Sidnei
Olívio
Na fantasia
do firmamento,
missangas
curvam-se
ao encanto
de seus poemas.
Multivariados tons,
de ouro
derretido
mais pedrarias
liquefeitas,
não alcançam
o esplendor
de sua pena.
Leitores cobiçosos
abrigam-se
no manto,
que vibra
de suas narrativas.
AMARELINHA
Puro ou diluído
lava a tinta do
tecido
gotas de hipoclorito.
Reto ou curvado
pepino cultivado
faz prato regalado.
Certo ou errado
encarrilha o marchado
cadete desmiolado.
Bonito ou desalinhado
denso ou fragmentado
nu ou agasalhado
se insinua o
contrário.
PERFIL
Bálsamos do mercado
padronizam
faculdades cognitivas,
produzindo
submissão.
Controles algoritmos
ameaçam mundos
sem hesitação,
dissipando olhar
e sensatez.
No pedestal
da meritocracia
jazigo neoliberal
preparam-se almas
desvalidas,
exitoso fracasso.
Inquietude em 220v
fende conexões,
moi ideias
temperadas
por afrontas delirantes.
Aflitiva insônia
lavada por lábios
traz o alerta
iminente
do beijo da morte.
DESUTILIDADES
O pranto de Oizus
naufragou a railway
do comboio indigente.
Suas escolopêndricas
milpatas,
ubíquas e alegóricas,
deambulam sonambulas
para reandar
esgueiradas,
sob mil e uma
espalhafatosas
desutilidades
deandantes
Comentários
Postar um comentário