UM POEMA DE MÁRCIA TIGANI
ELEGIA II
Os mortos esvaem-se
e partem em naves
que chegam sem aviso.
Abrem-se clareiras
de onde se supõe
estarem seguros
De onde se supõe
algum poema
algum espanto
na precariedade do ar
À nós a morte não
avisa
a chegada à outra margem:
Agoniza-se ou se desligam
sinais vitais obrigatórios
como rituais em desalento.
Lá se vão os mortos
assim exauridos, assim prosa
embevecida de alguma poesia,
de mistérios indevassáveis
e vertigens inoportunas
Partem como canto
sempre inacabado
com carências de entendimento
das ardências do dia.
Certa feita disse a você que admiro, e muito, a sua poesia. Ela reflete o que você é. Por dentro e por fora, na sua intransigência nas demandas sociais inegociáveis. Abração
ResponderExcluir👋👋👋👋👋👋😂👋❤️❤️❤️❤️
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